A corda, objeto que
une e separa, é o único utilizado durante toda a cena, sempre de maneira
extra-cotidiana, ou seja, explorando as possibilidades expressivas do objeto,
mas sem fazê-lo perder seu estatuto concreto. A cena é toda marcada,
coreografada, e os atores é que são os responsáveis pela dramaturgia cênica. A
direção ajudou-os apenas a selecionar e rever aquilo que parecia sobrar em cada
imagem, em cada fotograma do esquete.
Os figurinos são
feitos de remendos de roupas diversas: calça social com remendo jeans, camisa
sport com gola pólo, luvas rasgadas, ou seja, o figurino é uma junção de
pedaços de roupas representativas de classes sociais diversas. A luz é âmbar
corretivo, para dar um tom árido e claro à cena. A música é minimalista,
indicando a idéia da repetição dos dias, do ciclo do tempo cronológico. O lugar
da ficção é dado pela relação do corpo dos atores, dilatado por estados de alma
que se manifestam em absoluto, com o espaço do palco nu, intermediados pela
somente pela corda.
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